QUANTO CUSTA MORAR EM CONDOMÍNIO?

Os condomínios paulistanos devem arrecadar em 2018 cerca de R$ 8,5 bilhões. Isso é mais do que a arrecadação de importantes cidades brasileiras como Salvador e Fortaleza e chega perto do orçamento  anual de Curitiba, por exemplo. São 160 mil empregos diretos gerados e mais ou menos outros 100 mil indiretos. Uma fatia importante da economia que faz parte do orçamento mensal de aproximadamente 1,5 milhões de famílias.

Os números são tão grandiosos quanto as questões administrativas a serem superadas. Condomínios envelhecem e precisam de manutenção preventiva e corretiva, são empregadores e como tal estão sujeitos ao cumprimento integral da legislação trabalhista, têm o rigor de retenção tributária de grandes empresas na contratação de serviços e imploram por mecanismos inovadores de gestão para viabilizar esta complicada equação.

Empreendimentos que foram a febre nas décadas de 60 e 70 em bairros super nobres e com número reduzido de unidades têm hoje um grande desafio para as gerações que os herdaram: conviver com uma cota condominial muito alta, sem grande opções de serviços e convivência na área comum. São Paulo ainda é uma cidade com predominância absoluta de condomínios com baixo número de unidades, 73% dos empreendimentos têm até 70 apartamentos. Como fazer a conta fechar sendo o condomínio uma despesa com origem em um serviço recorrente e contínuo?


O que é fundamental para determinar o valor do condomínio é o número de apartamentos, casas ou escritórios que o compõem. Quanto mais apartamentos menor o valor que cada um paga. Quanto maior a exclusividade, maior o valor também. É importante saber que o condomínio é um serviço: com ele você paga pela segurança, limpeza, transporte, iluminação, manutenção e conservação das áreas comuns.


Antes de achar que condomínio é um aluguel eterno ou uma obrigação sem qualquer  retorno percebido, comece a prestar atenção como o dinheiro que você paga é empregado. Você vai perceber que, mesmo nos condomínios mais simples, há uma estrutura planejada para que você possa ter qualidade de vida, segurança e a manutenção do seu patrimônio. Se as crianças podem brincar tranquilas no playground é porque ele está conservado, você pode fazer festa nas áreas comuns, os convidados de sua casa são anunciados e identificados, os elevadores estão com a manutenção em dia, seu hall está limpo, enfim, esta operação tem um custo.

Mas chega uma hora em que a conta não fecha! Aí a resposta vem das tais práticas inovadoras que vão  ajudando a construir um novo jeito de morar nas grandes cidades. Serviços compartilhados, portaria virtual, investimento em novas fontes de energia e reúso de água, cada condomínio precisa encontrar a sua forma de se tornar sustentável, e este não é um conceito exclusivamente ligado ao meio ambiente.

Veja o que você paga quando paga seu condomínio e se achar que há um desequilíbrio ou uma oportunidade de otimização, proponha a pauta, converse a respeito com o grupo gestor, monte uma comissão, leia, use o conhecimento da sua administradora. Claro que a economia a qualquer preço vai, no longo prazo trazer muito prejuízo, mas um planejamento consistente pode ajudar a racionalizar as contas, diminuir a inadimplência e fazer as pessoas viverem melhor e mais felizes em seus prédios o que afinal, sempre é o grande objetivo coletivo.

Fonte: http://sao-paulo.estadao.com.br